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REGRAS

Os regulamentos modernos desta nossa luta antiga e tradicional lusitana estão em fase de preparação. A agilidade, a força, a coragem e a flexibilidade mental são os elementos chave que ditam o sucesso do lutador que pratica a Gauruni. Assim, temos de criar diferentes escalões de peso, já que uma grande diferença de peso pode favorecer exageradamente o lutador mais pesado. As técnicas da luta (muito semelhantes à da Galhofa e de outras lutas tradicionais europeias) deverão ser aperfeiçoadas ao nosso próprio estilo de luta. Algumas podem surgir natural e espontaneamente, mas muitas outras fazem parte da "lembrança" antiga da própria luta tradicional lusitana. Mas também é preciso saber usar a nossa criatividade e pôr à prova a nossa flexibilidade mental, se um lutador utilizar apenas o seu peso, isso poderá voltar-se contra o próprio. O objectivo principal desta luta tradicional é imobilizar o adversário, fazendo-o cair de costas (as costas devem cair antes de qualquer outra parte do corpo) e fazer com que ele fique com as costas e ombros assentes no chão durante alguns segundos. Qualquer outro movimento mais violento, como puxões, murros, pontapés ou golpes noutras partes mais sensíveis do corpo, como o pescoço, o rosto ou os genitais por exemplo, não são permitidas. A luta Gauruni começa com o apertar de mãos dos lutadores e termina com dois batimentos no próprio peito por parte dos mesmos, o não cumprimento dastas regras pode levar à desqualificação de um jogador, mesmo que seja vencedor do combate. Outra regra é lutar descalço, com calções e de tronco nu nos treinos, nas competições é obrigatório o uso de um uniforme próprio que consiste numa camisola justa de manga curta de cor verde (kira), e de calças desportivas justas e até aos joelhos de cor preta (braga), de modo a dificultar que um adversário se agarre a elas. A Gauruni tem 8 (oito) técnicas (Mañai) principais que formam o treino básico, cada técnica pode ter diferentes maneiras de ser executada. A luta inicia-se de pé e pode-se lutar em qualquer tipo de solo, seja terroso, relvado, arenoso, de palha ou outro qualquer que permite a luta. Contudo para as competições que a nossa federação pretende oficializar muito brevemente, será aconselhável que a luta se desenrola sobre um circulo de serradura ou de palha, mas também poderá acontecer num terreno relvado. Contudo, de forma a respeitar a tradição é aconselhável que os combates ou as lutas de Gauruni decorram dentro de um círculo (ou arena) num curro (zona de combate ou Zurkane em língua lusitana). Nele, os dois lutadores depois do tradicional apertar de mãos, se enfrentarão agarrados e tentarão derrubar-se um ao outro. O princípio básico é o desequilibrio do contrário provocado por um bom agarre e uma séria de técnicas ou manhas até obrigá-lo a cair no solo com qualquer parte do corpo excepto com a planta dos pés (que valerão ao que derruba o ganho de alguns pontos) ou com as costas no solo e sua imobilização por alguns segundos (que darão a vitória final por K.O. ao derrubador). Nesta actual variante moderna da luta (e ao contrário do que sucedia nos primórdios da luta lusitana) não é permitida a luta no chão nem nenhuma espécie de chaves e estrangulamentos. Pode-se agarrar as pernas do adversário e inclusive pode-se derrubar o adversário com as pernas, mas não se pode pontapear o adversário. Nesta variante actual da luta, só ao fim de 3 (três) assaltos é declarado o vencedor (que é aquele que ganhou mais assaltos ou pontos), contudo o lutador que perde duas vezes seguidas por K.O. (quando as costas ou os ombros do lutador vencido caiem no solo) é declarado imediatamente derrotado ou eliminado. Todos os lutadores deverão vestir-se do mesmo modo. Nas competições deverá sempre estar presente um juíz (fora círculo ou da zona de combate, evidentemente) para garantir o cumprimento dos regulamentos, das regras de pontuação e dos limites de tempo. Antigamente os lutadores podiam lutar no solo (pału) da zona de combate, também no tempo da Maluta não havia limite de tempo, e os lutadores podiam estar horas a lutar até um derrubar ou vencer o outro, hoje já não é assim. Actualmente com a chegada do sistema de pontuação que dá o resultado (Noko) e com o limite de tempo (três minutos por assalto) nas competições abertas isso terminou. A luta lusitana se realiza todo o tempo de pé, sem se poder lutar no solo, excepto quando um lutador tenta derrubar o outro e cair em cima do lutador que cai de costas (a isto se chama Llamun, é o equivalente ao KO. do boxe ou ao Ippon do judo), quando o lutador cai só de lado com um dos ombros ganha menos pontos (chama-se a isto Nivellamun), o lutador que conseguir mais pontos (pynto) ou dois Llamun consecutivos vence o combate e conquista a sua vitória pessoal (Loika). Hoje a nossa luta tradicional só tem uma categoria aberta a todos os pesos, de futuro, dependerá sempre do crescimento do número de lutadores dentro da nossa comunidade, tencionamos criar várias categorias de peso, de idade e de sexo. Deve-se salientar (os registos dão a entender isso mesmo) que na Antiguidade teriam existido vários estilos de luta lusitana, uma variante permitia o combate no solo, noutra variante seria permitido a luta contra vários adversários ao mesmo tempo, e noutras variantes locais também teriam sido permitas lutas por equipas, ou mesmo a luta contínua de um lutador dentro do círculo até que alguém o conseguisse derrotar. Contudo estas últimas variantes não foram consideradas regulamentares para a prática da moderna e reconstruída luta tradicional lusitana, a Gauruni. De certa forma, poderá ser interpretado por alguns, que a Gauruni (ou a Maluta) é um desporto novo ao alcance de todos os lusitanos, que mantém a sua origem céltica e o seu espírito lusitano.